Casa Mortuária de Barrancos
PROJETO: Casa Mortuária
LOCALIZAÇÃO: Barrancos, Beja
CLIENTE: Concurso público
PROGRAMA: Enquadramento da casa mortuária e área exterior envolvente, topografia vegetação e espaços de lazer
DATA: 2020
ARQUITETURA PAISAGISTA: Amália Souto de Miranda
ARQUITETURA: CCHE
Num contexto marcado por uma paisagem natural inegavelmente bela, mas pontuado por diferentes elementos técnicos perturbadores da atmosfera, a intervenção procura, estruturar o tecido urbano, acalmar e integrar na paisagem esses elementos e distinguir com qualidade os dois tipos de acessos ao local – os acessos pedonais e os acessos viários.
A paisagem envolvente tem um carácter forte e de continuidade que se quis preservar e na qual se procurou integrar um novo elemento edificado. Assim modelou-se o terreno para integrar o edifício, mas de forma a manter o carácter de paisagem rural, onde predominam montes e vales de olival, com patamares criados por muros de xisto. Muros esses que são predominantes na paisagem de Barrancos e que são prolongados na paisagem verde dando forma a uma nova volumetria – a da Casa Mortuária.

Tratando-se de uma nova casa mortuária, lugar muitas vezes frequentado em momentos caracterizados por temperamentos mais introspetivos, procurou criar-se diferentes momentos e interações com a paisagem envolvente e com o edifício:
1. A relação de miradouro, potenciada na continuidade do edifício, paralelamente ao acesso automóvel. Ou seja, ver a paisagem, de perder de vista.
2. A relação de entrar na paisagem, fazendo parte dela, através do caminho secundário em saibro, que leva a uma plataforma em madeira inserida no declive, convivendo de perto com o solo, as Oliveiras, a biodiversidade do Olival, o correr da água pelo monte. Ou seja, estar na paisagem.
3. E a relação com o eu, e com o céu, a outra vida, que poderá conseguir-se no edifício através das clarabóias ou na praça exterior, onde um comprido banco vira as costas à vista e permite um regresso à escala humana, numa dimensão também social.


